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1 21/11/2023 11:34

Novo juiz da irmandade foi empossado no último domingo (19)

Uma série de desavenças envolvendo a Igreja do Senhor do Bonfim, um dos templos mais simbólicos da Bahia, marcou a agenda católica soteropolitana nos últimos meses. Isso porque, em janeiro de 2023, o então juiz da Irmandade Devoção do Senhor do Bonfim, Jorge Contreiras, que havia tomado posse neste mesmo mês, exigiu que o reitor da basílica, padre Edson Menezes, fosse registrado como empregado, com uma remuneração de quatro salários mínimos na carteira de trabalho, além de ter tentado interferir na programação da Festa do Bonfim.
Esse foi o começo de toda a polêmica, que levou membros da irmandade se manifestarem em apoio ao reitor da basílica. O antigo juiz da irmandade também defendeu a proibição do acesso aos valores das coletas feitas pela igreja durante as missas das sextas-feiras e cofres laterais, além de impedir a promoção do comércio de água benta e outros itens no interior basílica por parte do padre Edson.
O recolhimento das taxas de serviços como casamentos e batizados era outro recurso financeiro que ficaria sob responsabilidade da irmandade. Outra medida era o fechamento da loja do Projeto Bom Samaritano – iniciativa social criada pelo padre que atende a famílias carentes.
As determinações de Contreiras não foram aceitas pelo reitor da basílica, o que intensificou o conflito envolvendo uma das tradicionais igrejas do estado. Em agosto deste ano, a Arquidiocese de Salvador tentou mediar uma conciliação entre ambas as partes, no entanto, o pároco foi afastado da capelania da Devoção. Contreiras também foi afastado do cargo, por determinação do cardeal Dom Sérgio da Rocha. No período, o padre José Abel Carvalho Pinheiro foi nomeado como interventor na Devoção.
 
À época, o padre Edson conversou com o CORREIO, por telefone, e disse que o juiz não estava em nível hierárquico acima dele – papel ocupado pelo arcebispo de Salvador, Dom Sérgio Cardeal da Rocha – e que "padre não tem carteira assinada". A Irmandade também foi procurada pela reportagem no mesmo período, por meio da assessoria de comunicação, mas optou por não fazer nenhum pronunciamento.
Apesar da intervenção na Devoção, o padre Edson continuou como reitor da Basílica. Para o membro da irmandade há 20 anos, Arthur Napoleão, o padre está sendo caluniado e difamado. "Isso é um absurdo. Padre Edson é um marco na história da colina sagrada. Existe um antes e um depois. Graças a ele, a Basílica do Senhor do Bonfim é o que é hoje", disse Napoleão.
Em outubro, após 14 membros da Devoção entrarem com uma ação judicial contra a Arquidiocese de São Salvador, cinco dos sete membros da diretoria da irmandade assinaram um manifesto em apoio ao padre Edson e fizeram uma convocação para um ato de defesa ao reitor da basílica. Os devotos comparecem a uma missa no dia 8 e protestaram contra os conflitos envolvendo o antigo juiz da congregação, Jorge Nunes Contreiras. O movimento recebeu o nome de 'A Irmandade do Bonfim Somos Nós'.
 
Novo juiz da irmandade
Após meses de polêmica, Fernando José Máximo Moreira tomou posse como novo juiz da Devoção do Nosso Senhor do Bonfim neste domingo (19), nos ritos finais da missa em honra à Nossa Senhora da Guia, na Basílica Santuário Nosso Senhor Bom Jesus do Bonfim.
No dia 28 de outubro, Fernando Moreira foi eleito com 72% dos votos dos membros da congregação. Na celebração de domingo, o novo juiz e os companheiros de diretoria receberam a opa que caracteriza as determinadas funções de atuação na mantenedora da Basílica Santuário. Opa é o termo utilizado para as vestes litúrgicas dos membros.
“O hino popular do Senhor do Bonfim trata o trecho que consolida nossas verdadeiras intenções ao assumir essa função a que pedimos ao Senhor Bom Jesus do Bonfim: ‘daí-nos a graça Divina, da justiça e da concórdia’. Eu estou aqui para servir”, pontuou Fernando Moreira, durante o seu pronunciamento como novo juiz.
Além de Fernando Moreira, uma nova diretoria da Devoção foi apresentada na cerimônia para o período 2023/2025. Os cargos serão exercidos nos seguintes setores: Mesa Administrativa do Conselho Econômico e Fiscal, Corpo de Dignitários, Comissão de Sindicância, Conselho da Ordem do Mérito, Diretoria do Centro Comunitário do Senhor do Bonfim e Chefe do Cerimonial.

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