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1 06/08/2022 09:41

Em seu sexto ano à frente da seleção brasileira, o técnico Tite teve uma melhora na avaliação feita pelos brasileiros a respeito de seu trabalho. Segundo nova pesquisa Datafolha, 47% consideram o desempenho do treinador ótimo ou bom.

O instituto já realizou quatro consultas sobre o gaúcho desde janeiro de 2018. No último levantamento, em dezembro de 2019, ele havia registrado seu pior índice, com 37% de aprovação.

Apesar da melhora de dez pontos percentuais, o índice de avaliações positivas registrado atualmente pelo treinador ainda está bem abaixo do que ele havia marcado às vésperas da última Copa do Mundo, em 2018, na Rússia. Em janeiro daquele ano, ele tinha 62% de aprovação. Em julho, o índice chegou a 64%, o maior patamar da série.

A pesquisa mais recente foi realizada entre os dias 27 e 28 de julho e entrevistou 2.556 pessoas com 16 anos ou mais em 183 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%.

Com a atual taxa de aprovação (47%), Tite deverá embarcar para o torneio no Oriente Médio com o menor índice de ótimo ou bom para um treinador da seleção no século. Em 2022, Felipão foi para o Japão com 51%. Antes da Copa de 2006, Parreira tinha 62%. Em 2010, Dunga marcou 49%. Às vésperas do Mundial de 2014, Felipão tinha 68%. E o próprio Tite já teve um número maior em 2018, com 64%.

Para o ex-jogador Casagrande, colunista da Folha de S. Paulo, desde a eliminação na Copa da Rússia, a seleção não apresentou um futebol que pudesse fazer a popularidade de Tite voltar ao seu maior patamar.

“Só aumentou a aceitação dele porque está chegando a Copa. E não é uma aprovação igual à última porque os torcedores não acham que o time joga bem”, disse o ex-atacante. “O Brasil foi campeão da Copa América de 2019, por exemplo, porém foi vaiado no Morumbi e na Fonte Nova”, lembrou, citando as partidas contra a Bolívia e a Venezuela, na primeira fase.

Apesar disso, 54% dos brasileiros acreditam atualmente que o Brasil vai vencer a Copa do Mundo no Qatar. A confiança é maior do que às vésperas do Mundial na Rússia, em 2018, quando 48% apostavam no país.

Em solo russo, os brasileiros foram eliminados nas quartas de final, pela Bélgica. Mesmo com a derrota, Tite obteve um feito raro, ao ter seu contrato estendido para mais um ciclo de Copa. Desde 1978 um treinador eliminado no Mundial não tinha seu contrato renovado na seleção. Desta vez, ele já avisou que não vai seguir no cargo após o torneio.

No período em que o técnico recuperou parte do prestígio, a seleção disputou 26 partidas, com 21 vitórias, quatro empates e apenas uma derrota –85% de aproveitamento. O revés, contudo, foi diante da rival Argentina, por 1 a 0, na final da Copa América de 2021, também disputada no Brasil.

Nas Eliminatórias para a Copa do Mundo no Qatar a campanha foi muito tranquila: 14 vitórias e três empates. Ainda há um jogo a ser realizado –o duelo com a Argentina, interrompido no início para a retenção de jogadores visitantes que tinham entrado no Brasil violando regras de prevenção à Covid-19–, mas a campanha já um recorde.

Com 45 pontos, a seleção alcançou a melhor campanha da história do torneio classificatório no formato de pontos corridos, adotado na corrida para o Mundial de 1998. O recorde anterior era da Argentina, que somou 43 pontos no ciclo para a Copa de 2002, na qual fracassou.

Tite afirmou que os números têm pouco efeito na prática. “É mais pelo trabalho, pela consolidação. O Bielsa é um cara que eu respeito para caramba. A Argentina fez uma grande campanha [nas Eliminatórias para a Copa de 2002] e aí saiu na primeira fase [da Copa], num pênalti cometido pelo Heinze”, lembrou.

 

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