No Brasil, 8,6 milhões de mulheres são donas de negócios. O número é equivalente a 33,6% do total de pessoas que empreendem no país, uma porcentagem pequena quando comparada à de homens (66,4%), mas que fica ainda menor quando é feito o recorte racial: mulheres negras correspondem a 47% do total de empreendedoras.
Os dados apresentados pelo relatório Empreendedorismo Feminino no Brasil (2021), produzido pelo Sebrae, evidenciam um dos aspectos das desigualdades racial e de gênero existentes no país. E ajudam a explicar o porquê da existência do Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, celebrado neste domingo (25/7), já que nem todas as mulheres são iguais ou têm as mesmas oportunidades.
O relatório Empreendedorismo Feminino no Brasil (2021) indica que as regiões Norte e Nordeste concentram as maiores porcentagens de mulheres negras empreendedoras. Na Bahia, elas correspondem a 82%.
O levantamento realizado pelo Sebrae, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, aponta que as desigualdades sociais existentes entre mulheres brancas e mulheres negras é outro fator que dificulta o afroempreendedorismo feminismo. De acordo com as instituições, 36% dos negócios gerenciados por mulheres negras foram fechados, ainda que temporariamente, no primeiro ano de pandemia.
A pesquisa, que ouviu empreendedoras de todo o país, indica que a impossibilidade de atuar remotamente somada à dificuldade de acesso a crédito foram os fatores que mais contribuíram para esse cenário. O levantamento apontou que 58% das mulheres negras que solicitaram empréstimo tiveram resposta negativa, 25% por possuírem CPF negativados.