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1 04/05/2021 12:50

O repórter Tino Alves, a bordo da Unidade Móvel, da Rádio Andaiá FM, esteve na manhã desta terça-feira (04/05) na Praça Padre Matheus, centro comercial de Santo Antônio de Jesus, onde ouviu locutores que protestavam contra medida municipal que proíbe o exercício da profissão em estabelecimentos comerciais.

Os decretos 39/2007 e 40/2007 enquadram a atividade como poluição sonora e o infrator deverá receber a punição prevista para crime ambiental.

Os locutores Carla Barreto, popularmente conhecida como "A ruiva" e Romário Souza foram ouvidos pelo repórter Tino Alves. De acordo com Carla, ela e demais locutores foram notificados pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e pela Promotoria de Justiça Regional de Santo Antônio de Jesus. "Infelizmente fomos surpreendidos com essa notícia. Nos programamos para trabalhar na semana das mães e recebemos o aviso de que estamos impedidos, estamos proibidos de trabalhar. Como é que em plena pandemia ficaremos sem trabalhar? É o nosso ganha pão, nossa única fonte de renda e agora estamos proibidos. Mesmo diminuindo os decibéis dos aparelhos de som que usamos no trabalho", protestou Carla.

Ainda segundo a locutora, o som é permitido somente no interior dos estabelecimentos comerciais. "Só é permitido o som dentro das lojas e sem música. Aí fica complicado para nós, porque não temos outra fonte de renda e vamos trabalhar com o quê? Fica uma situação difícil para mim e para todos os locutores da cidade", disse a locutora.

O locutor Romário Souza contou ao repórter que a Prefeitura determinou a mesma proibição antes, mas os locutores do município se uniram e conseguiram voltar ao trabalho. "É a mesma novela de dois, três anos atrás que se repete. Eles tentaram parar a nossa classe. Nos reunimos, fomos às emissoras de rádio, brigamos e agora a novela se repete. Estamos aqui lutando pela nossa profissão", afirmou Romário.

Inconformado, Romário questionou. "Eu sei que é uma pergunta ousada, mas vou perguntar a esses órgãos. Se vocês conseguirem parar, se conseguirem, aonde vamos conseguir nosso sustento? Aonde vamos receber nosso dinheiro? Será que vocês vão chegar em nossas casas e pagar esse valor que conseguimos pra pagar nossas contas, nossas dívidas?", perguntou o locutor.

O locutor acrescentou a necessidade de realizar o trabalho e fez um convite aos órgãos responsáveis pela aplicação da medida. "Porque assim como vocês trabalham pra proibir, a gente trabalha em porta de loja não é porque achamos engraçado, é porque a gente precisa. Se vocês, dos órgãos públicos chegarem e marcarem com a gente uma reunião antes para ter um diálogo, acho isso muito interessante, muito importante. Entraríamos em um consenso, iria pegar o aparelho para medir os decibéis e isso é viável para nós. Aí entraríamos em comum acordo e, com certeza, faríamos uma parceria boa", falou Romário.

O locutor contou que a medida trouxe prejuízos, levando empresários desfazerem contratos com ele. "Eu já estava com o mês inteiro quase fechado e ontem quando cheguei em uma loja o gerente disse que tinha sido avisado a respeito do decreto que proíbe a atividade e outro empresário, com quem eu tinha acertado contrato para o dia das mães, me passou mensagem dizendo que enquanto não chegar o decreto no estabelecimento, mas se chegar, o contrato terá que ser rompido. E agora, como é que a gente fica?", lamentou.

"Estamos aqui fazendo esse apelo, implorando por uma coisa que não foi divulgada, que não chegou até nós antes, foi um choque. Estamos pedindo, estamos lutando e não vamos parar", afirmou o locutor.

"Eles querem nos calar, mas como calar a voz que atrai os clientes para as lojas? Não podemos ficar calados. Como é que o comércio vai funcionar em plena pandemia sem os locutores na porta da loja? O comércio está fraco em si, então precisa de um locutor, que tem muita importância. A comunicação tem que existir", disse Carla.

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